Inteligência Artificial e saúde: Como a IA pode prevenir doenças?

Mapas interativos em tempo real, algoritmos complexos que podem prever surtos e sistemas de diagnóstico… Esses são apenas alguns exemplos de aplicações da Inteligência Artificial na saíde para prevenir doenças como o coronavírus e controlar sua disseminação. As soluções incluem o emprego da IA para processar grandes quantidades de dados vindo de diversos países do mundo e em diversos idiomas.

Existe uma enorme quantidade de dados online e as discussões geralmente não vêm dos governos e de canais oficiais, mas sim de notícias, fóruns, blogs e as mídias sociais. Precisa-se peneirar a informação, classificá-la, filtrar através do ruído, geocodificar os dados e só então promover uma ampla visão das doenças emergentes.

Diante disso, muitas companhias e organizações juntaram ferramentas para rastrear o coronavírus. Combinados, plataformas de gerenciamento de dados e métodos de inteligência artificial podem levar a uma análise massiva de doenças infecciosas que podem até mesmo se tornar suportes relevantes para tomadas de decisão. Ainda assim, isso representa um desafio para os cientistas e desenvolvedores, pois não existe uma padronização para os dados globais.

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Qual a relação entre inteligência artificial e saúde?

Nove dias antes da Organização Mundial da Saúde alertar sobre o novo coronavírus, uma startup de Toronto percebeu a ameaça do COVID-19, a doença causada pelo vírus. A BlueDot usou dados de centenas de milhares de fontes, tais como declarações públicas de organizações de saúde, mídias tradicionais, relatórios de saúde e até mesmo informações de companhias aéreas. A startup contou com a experiência do seu co-fundador como epidemiologista e médico tratando pacientes de SARS.

Enquanto isso, o HealthMap, uma tecnologia de IA desenvolvida na Harvard Medical School que rastreia doenças infecciosas, também notou os primeiros sinais do coronavírus antes de atrair a atenção mundial, no início do surto em Wuhan.

O sistema permite uma identificação antecipada, mas agora a tecnologia está sendo usada para construir um cenário situacional do que está emergindo, minerando fontes de dados e tentando construir um mapa global dos casos. Dessa forma, os dados podem ser usados para abastecer modelos de previsão e impactar em diferentes ferramentas demográficas.

O que mais está sendo feito?

Outras startups, como o WeBank na China, levaram a IA ainda mais dentro da situação. A aplicação é para prever a posterior recuperação da economia chinesa da crise causada pelo COVID-19.

A tecnologia e a IA, em particular, podem ser aplicadas também em serviços emergenciais responsivos. Os algoritmos vêm sendo usados para prever a propagação de uma doença específica, monitoramento de pacientes e operações departamentais na sala de emergência.

Cientistas ao redor do mundo podem usar algoritmos para classificar e agrupar informações, examinar a internet e interpretar as linguagens associadas com as doenças que estiverem sendo monitoradas. Robôs também podem analisar imagens e desempenhar tarefas médicas que profissionais humanos não pudessem/não se sentissem seguros de performar.

Desafios das Inteligências Artificiais na Saúde

Nesta era, há muito debate sobre inovações para desenvolver novas soluções. A IA é uma das maiores apostas para melhorar a medicina de emergência através do seu poder de digitalização e capacidade de armazenamento de informação.

Apesar de tudo isso, o uso da IA na medicina e em alertas médicos sobre o coronavírus não está livre de desafios. O maior deles é produzir um conjunto de dados atraente e confiável sobre o vírus e sua disseminação, que se baseie em múltiplos conjuntos de dados (que podem ter muitas métricas variadas).

Há diferentes estruturas e taxonomias, jeitos diferentes que as pessoas usam para se referir à doença, idiomas diferentes, contexto cultural, termos que as pessoas usam que podem ser aplicados em outras coisas e contextos… Ou seja, há muita coisa para filtrar e essa tarefa demanda uma quantidade significativa de treinamento.

Como pode ser o futuro…

Mais importante: as características chave da IA em termos de prevenção de epidemias são velocidade e escala. A IA consegue detectar condições instantaneamente e em grandes quantidades. Por exemplo, 1.000 sistemas checando 60 pessoas por dia, em média, resultam em 60.000 exames que precisam ser processados por equipes profissionais.

Atualmente, não existe força humana capaz de analisar todo esse volume de dados com a velocidade e eficiência necessárias. Quando se trata de detectar surtos como o do coronavírus, que se alastra fácil e muito rapidamente, máquinas podem ser treinadas para processar toda essa quantidade de informação da mesma maneira que um expert humano conseguiria, porém repetidas vezes e 24h por dia, tornando a tarefa escalável, ágil e eficiente.

Por fim, a Inteligência Artificial se torna um valioso auxiliar da inteligência humana na interpretação dos cenários, aferir sua relevância e considerar como aplicar melhor as tomadas de decisão. Além disso, a IA pode ser uma das bases na identificação e criação de vacinas e tratamentos para o coronavírus e a COVID-19, respectivamente.

A importância da IA para prevenir o coronavírus

A IA tem a capacidade de pesquisar rapidamente gigantescos bancos de dados para medicamentos existentes que possam agir contra o coronavírus ou desenvolver um novo medicamento em questão de meses. Um exemplo disso é a companhia Insilico Medicine, que se especializou na utilização de inteligência artificial na área de pesquisa e desenvolvimento farmacêutico. A empresa usa um sistema que identifica milhares de novas moléculas que podem servir como potenciais remédios para o coronavírus em apenas 4 dias.

Esse tipo de pesquisa pode se provar de vital importância no futuro, não só para prevenir o coronavírus. Em conjunto com os sistemas inteligentes de triagem, a IA pode ser um dos elementos primários para garantir que outro tipo de vírus não tenha tamanho impacto na economia global.

Cenário atual

Atualmente, a doença causada pelo vírus tem o potencial de cortar o crescimento econômico global em até $1.1 trilhão de dólares. Além de já ter varrido cerca de $5 trilhões de dólares dos mercados globais. Claramente, evitar tamanha destruição financeira no futuro é imprescindível. E a IA pode se provar indispensável nesse aspecto. Especialmente ao analisar o potencial impacto de pandemias em um mundo cada vez mais populoso e globalizado.

Na China, robôs estão sendo usados em hospitais para aliviar o estresse causado nas equipes médicas. As ambulâncias na cidade de Hangzhou são assistidas por um sistema navegacional baseado em IA para ajudar a alcançar os pacientes mais rapidamente.

Robôs também foram mandados para uma praça pública em Guangzhou para alertar os transeuntes que não estiverem usando máscaras. Também há indícios de que a China esteja usando drones para garantir que os habitantes estejam em casa. Essa medida visa ajudar a prevenir o coronavírus de se espalhar ainda mais.

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